segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

                                                   Desencontro



De repente eu já não sentia nada.
Era como se eu olhasse para trás e não sentisse como antes, nem saudades, nem nada!
Fotos, poemas, músicas, canções e frases eram insignificantes agora. Era como se o meu coração estive fechado para "balanço". Aquele homem que tanto me fez sonhar de olhos abertos, e que tantas vezes me fez enlouquecer indiscretamente, parecia já não ser o mesmo que um dia eu olhara anos atrás.
E tudo havia mudado, os anos, as experiências, as vivências, as conquistas. Tudo tinha outro sentindo, menos minha paixão por ele. Mas naquele dia frio, ali, parada sobre a calçada, quando meus olhos cruzaram os seus, senti a frieza de um par de olhos azuis, a palidez de um homem assustado e a voz encantadora de um anjo. Não voltei no tempo, eu vivi o momento e desde então repassei cada etapa daqueles segundos por longas semanas.
Não era o mesmo homem por quem eu me apaixonara. Tinha mudado. Eu tão exigente comigo mesma em questões estéticas e estar bem fisicamente, me deparei com um homem mais velho, bem vestido, com uma saliência em sua barriga e ao seu lado uma companheira para toda a vida: uma bengala.
Apenas os olhos me lembraram os tempos de paixão avassaladora, fora isso, o que havia restado era apenas boas lembranças. Talvez tudo o que esperei, o reencontro, os planos, me deixaram ansiosa e ao mesmo tempo decepcionada. Semanas se passaram para eu tirá-lo da minha cabeça e  entender que não era a mesma coisa e que já não era o mesmo, demorou, pois os anos haviam passado e para ele a idade tinha chegado.
Restou então a nostalgiade um tempo bom, de sorrisos fáceis, de inocência, de um amor verdadeiro, de uma primeira paixão e de um caminho trilhado por tantos anos com ele em meus pensamentos.
Então aprendi que nem tudo podemos ter. . . mas que lembranças como essas podem ser vividas enquanto eu sentir saudades.

(Débora Alves-Julho 2006)
  Me abrace. . .

Me abrace hoje se puder. Amanhã também.
Leia isso todos os dias e o amanhã durará a minha vida inteira.
É bom ser apertada, afagada, sentir mãos sobre minhas costas e um sorriso ao final de cada abraço. Isso muda meu dia, meu humor,minha rotina. Um abraço tira de mim toda a tristeza, vale muito e não custa nada.


(Débora Alves-Janeiro 2014)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

 Bem Vindo 2014

De uma coisa eu tenho certeza, que 2014 será melhor que esse ano que chega ao fim. Foram muitas coisas por nada, muitos sacrificios em vão, muitas palavras jogadas ao vento, muitas discussões sem sentido, bate boca com pessoas que não vale a pena uma palavra minha. . . Que para mim, para você, 2014 seja bem diferente, vou fazer valer a pena cada dia, cada mês, como fiz esse ano, porém não vou me deixar levar por coisas que não tem futuro, eu tenho alma, sentimento, garra, força, eu me sacrifico para ser uma pessoa melhor, educada, e olha que sou do tipo que não aguento desaforo, e sou do tipo também que tenta algo novo, para melhorar de vida e ter conhecimento. Mas 2014 que me aguarde, vou encarar somente aquilo que me trouxer vantagem, chega de pensar em como as pessoas podem se sentir se eu disser um " não", chega de de tantos desafios por um salário pequeno, onde ninguém reconhece seu valor, chega de ouvir pessoas mesquinhas e invejosas, nada mais vai me abalar.
Eu sou mais eu, sei de onde vim, como cheguei até aqui, os sacrificios que passei. . . Não vale apena reviver tudo isso novamente. . . O que vale a pena mesmo é eu mudar de atitude, porque não quero chegar ao final da vida, "quebrada", "carrancuda", como se todos os anos que vivi eu tivesse carregado o mundo nas costas.
O que eu quero mesmo é ser feliz, ter horários para as coisas, ter tempo para meus filhos, e viver intensamente apenas o que me bastar!!!


(Débora Alves- Dezembro 2013)

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Amo

Amo ler
Amo escrever
Adoro poesias adoro inventar

Leio sempre
Escrevo sempre
E nunca cesso
De poetizar

Amo livros
Adoro cartas
Amo tudo aquilo
Que tem folhas e páginas.

 (Débora Alves- Abril 2004)
  Mulher de verdade
Mulher de verdade
É aquela que luta pelo seu direito
Que batalha diariamente por um mundo melhor
Que acolhe e afaga os necessitados
Que tem uma palavra de consolo á quem precisa

A mulher  que sabe do seu valor
Brilha como estrela tanto no palco, como numa empresa
Perto da pia ou longe da cozinha
A mulher brilha porque sabe se valorizar
Além do mais, porque gosta de se cuidar

As simples ou vaidosas
Negras ou brancas
Jovens ou velhas
Fazem do seu mundo seu palco
E de seus planos sucessos
Fazendo com que seja a deusa dos séculos.


(Débora Alves- Março 2005)


                                                                                                 Dor
Eu superei no meu silêncio todas as dores possíveis. Criei um mundo solitário e inofensivo dentro de mim. No começo nada parecia acontecer, mas alongo prazo vi resultados que tão lentamente apareceram, em ocasiões inesperadas,como o desesperar-se, entre o aquietar-se, entre o gritar, e não fazê-lo, até mesmo entre o chorar e o deixar para lá...
Que vida a nossa! Que aprendemos com a dor e que lidamos com ela nos momentos mais duros e inimagináveis. Seja numa morte, no amor, numa doença, numa discussão,num susto, numa decepção...seja o que for...a dor traz sabedoria em palavras e paciência em horas tão complicadas.
Um dia, no meu silêncio e nas lágrimas que tão quietamente desciam pelo meu rosto, aprendi que a dor é inevitável e que conviver com ela é fundamental.
Aliás, quem nunca sofreu!?

(Débora Alves- Junho 2011)


Pérola

És minha Pérola
Riqueza da terra
Pessoa mais bela
Que eu sempre
Ei de amar

Pérola, pessoa querida
Que Deus pôs na terra
Pra sempre
Pra sempre
Vou te amar

Pérola, rigor da Natureza
De exuberante beleza
De infida bondade
Eis que para toda eternidade
Vou te amar. . .

(Débora Alves- Maio 2011)
   Vigiai
 
Vigiem, oh, a porta do coração
Para que não venhas a dizer:
Amei quem nunca me amou
Cuide dos teus olhos
Para que futuramente não penses:
Olhei para quem nunca me viu
Cinja teus lábios
Para que nunca uma palavra mal
Venha orgulhar a carne e alterar a alma
Cuides do teu corpo
Para ele ser digno de tudo quanto fizerdes.

 (Débora Alves- Agosto 2004)
Inesquecível

Quando fecho os olhos
Posso te tocar 
Ouvir palavras que jamais esperei ouvir
Ser feliz em poucas horas
Transformar segundos em eternidades     
Para ser inesquecível

Quando eu abro os olhos
Fico triste com esses deslizes
Amarguro-me em pensar
Que só posso tê-lo em pensamentos
E qualquer pensamento outra vez
Odeio a mim mesmo
Pensando em ocasiões
Que jamais terá futuro

Uma mistura de ansiedade me invade
E sei que estou preparada para a noite
Noite que encontrarei seus olhos
Noite que só poderei te ter em distância
E se aqueles minutos que tenho preso em meus olhos são poucos
Na calada da madrugada é longo
Pois repasso cada etapa desse dia doloroso

Quando penso em te esquecer
Tudo parece ao contrário
E algo se acende em mim, me deixando mais acesa
Então prefiro parar de tentar
E ter-te em pensamentos e distância
Minutos transformados em eternidade
Tudo para ser inesquecível. 

(Débora Alves- Fevereiro 2004)

             

 Medo

Que medo é esse
De se soltar
De vagar no infinito
De tentar ser feliz
Buscar prazer
Liberdade de expressão
Aventuras no olhar
Ou simplesmente
Se enganar com palavras

Que efeito tem isso sobre o homem?
Fazer com que o dia-a-dia seja cruel?
Amo com tanta franqueza
Que até me vejo perdida nas minhas próprias palavras
Tentando entender
Se isso é medo de viver
Ou se é a vida que tem medo de mim
Negando-me as proezas desse mundo.


(Débora Alves-Janeiro 2005)


A cada Aurora, a cada luar

Parece que posso sentir
Seus olhos a procurar-me
Desejando me ver
Mas ao mesmo tempo
Desistindo, fugindo. . .
Sei que de alguma forma
Você me sente
Mas é errado
Por isso procura distanciar-se

Há tantas diferenças para um só amor
Tantos erros que não podem ser certos
Tantas leis que não podem ser violadas
Tantas verdades transformadas em mentiras
Tantas vozes impedido-nos . . .
Aqui a tanto carinho para ser dado
Mas o tempo não colabora
O vento não sopra ao contrário. . .

Que injustiça praticar algo tão lindo
Algo agradável
Gostoso de dar e receber
Temos que se esconder um do outro
Para nada sair dos seus limites
Temos que seguir outra trilha
Para não errarmos de estrada
Temos que se contentar ao saber
Que a cada dia a esperança desfalece

Ainda posso sentir
Seus olhos a procurar-me
E seus passos cada vez maiores na trilha
E eu aqui a esperar
Vendo cada aurora, cada luar
Na esperança de um dia te reencontrar.

( Débora Alves- Novembro 2003)


  Se você entendesse que...
 
Eu apenas sobreviveria
A fúria do mar para mostrar que te amo  
Brilharia como uma estrela para mostrar que ainda estás em meu caminho
Te mostraria  que as estações do ano
Dão no seu tempo exato
E nem por isso elas se perdem no tempo
Te faria compreender
Que mesmo sem o sol
As noites são claras e muita das vezes quentes
E nem por isso há diferenças do dia para a noite
Queria que você visse
Como as gaivotas voam alto
Que até as perdemos de vista
Fazendo com que as procuremos  por tempos a fio
Além,mais do que isso
Eu passaria a vida inteira
Te mostrando
Que não há coisas impossíveis para fazer
Pois de tudo eu faria para você entender
Que te amo!

(Débora Alves- Maio 2006)
 Aqueles que amam

Aqueles que amam
Se sente submisso a vontade do amado
Fazem tais coisas que só cabe a um amante fazer
Quer se converter num deus para solucionar os problemas que surgir
Prefere a morte a ver o que ama partir
Aqueles que amam...
Procura ver as qualidades
Se nega a ver os defeitos
Não se importa se é feio ou velho,
Branco ou negro
Para aqueles que amam
O que interessa é por dentro o que lhes agrada é o sentimento
Mas,se um dia você parar para pensar
Entenderá que aquele que você amou
Não era tudo aquilo que você via
Eram somente reflexos do que você gostaria que ele fosse.


(Débora Alves- Janeiro 2007)


Essa Noite

Quando essa noite eu me deitar
Lembrar-me ei dos teus gestos e sorrisos
Das tuas palavras e acenos
Do infernal dia que se prolongou por muito tempo

Essa noite deitarei
Alimentarei meus pensamentos
Destruirei meu coração
Corrijarei meus murmúrios
Violarei as leis
Viverei por pensamentos

Nessa noite quando me deitar
Tentarei compreender
Quão bom é amá-lo
E quão tedioso
É nesse inferno viver!

(Débora Alves-Dezembro 2004)
 Homem Desconhecido

Eu não sei, não tenho, nem poderia ter
A culpa que hoje em mim se consome
De que um dia belo e de sol
Avistei pela primeira vez
O azul de um olhar
E o corpo irrequieto de um deus
Que me veio perturbar

Eram tantas as interrogações
Sobre o homem que me despertou
Tantas  mentiras
Que eu tentava em vão inventar
Tantas ilusões pensadas
E tantos problemas que eu tentava solucionar

Na inocência da minha idade
Mergulhei nos seus mais sinceros sorrisos
Embriaguei-me nas suas mais belas palavras
Abriguei-me nos seus acenos e gestos
Sustentei-me num ser
Que eu achei poder me ajudar

No claro da manhã
No escurecer da noite
Uma paixão recíproca em mim se criava
Uma estranha esperança em mim nascia
Uma sensação profunda se projetava
Planos iam e vinham...

A culpa de estar o amando
Em mim a cada dia se consumia
O homem que achava ser meu par
Iludia-me, iludia-me...

Eram tantas noites perdidas de sono
Tantos versos lidos em poesias
Tanta dor por eu estar amando
Um homem que eu desconhecia

Na consciência de um adulto
No pesar de uma criança
Amei-o mais que podia
E com palavras e letras
Escrevi-lhe poemas e poesias

Perdida nos seus encantos
Nos seus mais doces gestos
Jurei que para toda a eternidade o amaria
Jurei que para sempre o olharia
Jurei amor eterno
A um homem que eu desconhecia.

(Débora Alves- Maio 2004)