quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

 Homem Desconhecido

Eu não sei, não tenho, nem poderia ter
A culpa que hoje em mim se consome
De que um dia belo e de sol
Avistei pela primeira vez
O azul de um olhar
E o corpo irrequieto de um deus
Que me veio perturbar

Eram tantas as interrogações
Sobre o homem que me despertou
Tantas  mentiras
Que eu tentava em vão inventar
Tantas ilusões pensadas
E tantos problemas que eu tentava solucionar

Na inocência da minha idade
Mergulhei nos seus mais sinceros sorrisos
Embriaguei-me nas suas mais belas palavras
Abriguei-me nos seus acenos e gestos
Sustentei-me num ser
Que eu achei poder me ajudar

No claro da manhã
No escurecer da noite
Uma paixão recíproca em mim se criava
Uma estranha esperança em mim nascia
Uma sensação profunda se projetava
Planos iam e vinham...

A culpa de estar o amando
Em mim a cada dia se consumia
O homem que achava ser meu par
Iludia-me, iludia-me...

Eram tantas noites perdidas de sono
Tantos versos lidos em poesias
Tanta dor por eu estar amando
Um homem que eu desconhecia

Na consciência de um adulto
No pesar de uma criança
Amei-o mais que podia
E com palavras e letras
Escrevi-lhe poemas e poesias

Perdida nos seus encantos
Nos seus mais doces gestos
Jurei que para toda a eternidade o amaria
Jurei que para sempre o olharia
Jurei amor eterno
A um homem que eu desconhecia.

(Débora Alves- Maio 2004)




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